quarta-feira, 30 de abril de 2008

HELEN KELLER, UM MITO DA INCLUSÃO SOCIAL NO MUNDO

Helen Keller (1880-1968) foi uma jovem norte-americana que aos 19 meses, depois de grave doença, ficou cega e surda e quase muda em consequênciada surdez. Nestas condições, sem poder ver nem ouvir, passou a depender total e completamente do sentido do tacto para comunicar com os outros seres humanos.

Durante os anos que se seguiram conheceu apenas as reacções próprias dos instintos naturais, pois os acessos de cólera levavam-na a obter dfacilmente tudoo que era necessário à sua existência material.A vida de Helena Keller mudou completamente por volta dos 7 anos. Miguel Anagnos, Director da Perkins Institution, de Boston, recomendou a ex-educanda AnaSullivan para tentar a sua educação.


Jovem de 20 anos, filha de imigrantes irlandeses, Ana Sullivan estivera cega num período da sua vida em consequênciade tracoma, mas duas operações haviam-lhe restituído praticamente a visão. Helena Keller, embora dotada de vigorosa saúde física e de intelectualidadeainda relativamente intacta, teria permanecido no mundo animal se, nos limites do tempo útil para a sua recuperação, não houvesse sido entregue à extraordináriaprofessora que lhe forneceu o elemento fundamental para o desenvolvimento da inteligência - a linguagem.


Assim, e vencendo todas as dificuldades, veioa ser uma pessoa distinta e muito instruída, que se formou numa Universidade e obteve brilhantes notas nos exames de idiomas.A vida mental de Helena Keller foi muito activa, repartindo-se entre a meditação, a leitura, a conversa com os seus íntimos, o cuidado de uma numerosa correspondênciae os seus trabalhos literários. O seu estilo foi adquirindo categoria e evoluiu com o tempo.


A princípio escrevia sobre tudo: clima, história, edificações e geografia das terras que ia estudando; reais e imaginários companheiros da sua idade; paísesde fadas...pelo seu direito de viver, de se instruir e ter uma profissão. Lia muito sobre os problemas da cegueira (a unificação do Sistema Braille, os métodos dede poder discutir e escrever competentemente a respeito deles.A AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM. - Helena Keller era cega, surda e muda desde a mais baixa infância.


A maneira como esta tripla deficiência foi compensada atraiuMuito resumidamente, referiremos que foi suficiente traçar-lhe certos sinais na mão, enquanto ela tocava os objectos, para que em vinte dias compreendesseque toda a ideia está representada por um signo especial, graças ao qual os homens podem comunicar entre si. Um mês e meio mais tarde conhecia pelo tactoos caracteres do alfabeto braille; passado mais um mês conseguia escrever uma carta a um dos seus primos. Ao cabo de três anos tinha adquirido uma quantidadede ideias e de palavras suficientes para conversar, ler com inteligência e escrever em bom inglês.


Houve então a ideia de a fazer tocar os movimentos da faringe, dos lábios e da língua que acompanham a palavra. Imitando estes movimentos, conseguiu reproduziros sons que se articulavam na sua presença. Um mês depois da primeira aula de articulação, num som cavo e aspirado, pronunciou a célebre frase "já nãosou muda."Ana Sullivan prosseguiu este paciente trabalho com Helena Keller durante toda a vida. Os começos foram difíceis, mas a coragem de ambas levou Helena a poderfalar, isto é, a poder exprimir as ideias pelo som.


Nunca chegou a falar em público de maneira satisfatória, mas, em compensação, logrou especializar-sena leitura de lábios pelas vibrações. Pondo a mão nos lábios do seu interlocutor, conseguia perceber as suas palavras com os dedos, principalmente quandoa voz era clara e sonora. Enfim, não contente com dominar o seu próprio idioma, estudou o francês,o alemão, o latim e o grego.


Escrevia corretamente o francês, que começou a estudar aos 9 anos e a seu pedido; estudou o alemão para conhecer directamenteas grandes obras da literatura germânica; estudou também o latim e o grego, que lhe exigiram para os seus exames universitários.


Helena Keller compreendeu que toda a ideia está representada por um signo especial; e, servindo-se apenas do sentido do tacto, rasgou três caminhos parao mundo das ideias.Fonte: José Antonio Baptista Porto 23 de junho de 2005

TRÊS DIAS PARA VER

Por Helen Keller

O que você olharia se tivesse apenas três dias de visão?Helen Keller, cega e surda desde bebê, Dá a sua resposta neste belo ensaio, Publicado no Reader's Digest (Seleções) há 70 anos.Várias vezes pensei que seria uma benção se todo ser humano, de repente, ficasse cego e surdo por alguns dias no principio da vida adulta.


As trevas o fariamapreciar mais a visão e o silencio lhe ensinaria as alegrias do som.De vez em quando texto meus amigos que enxergam para descobrir o que eles vêem. Há pouco tempo perguntei a uma amiga que voltava de um longo passeio pelo bosque o que ela observara. "Nada de especial", foi à resposta.Como é possível, pensei, caminhar durante uma hora pelos bosques e não ver nada digno de nota?


Eu, que não posso ver, apenas pelo tacto encontro centenasde objetos que me interessam. Sinto a delicada simetria de uma folha. Passo as mãos pela casca lisa de uma bétula ou pelo tronco áspero de um pinheiro.Na primavera, toco os galhos das árvores na esperança de encontrar um botão, o primeiro sinal da natureza despertando após o sono do inverno.


Por vezes, quando tenho muita sorte, pouso suavemente a mão numa arvorezinha e sinto o palpitar feliz de um pássaro cantando. Às vezes meu coração anseia por ver tudo isso. Se consigo ter tanto prazer com um simples toque, quanta beleza poderia ser revelada pela visão! E imagineio que mais gostaria de ver se pudesse enxergar, digamos por apenas três dias. Eu dividiria esse período em três partes.


No primeiro dia gostaria de ver as pessoas cuja bondade e companhias fizeram minha vida valer a pena. Não seio que é olhar dentro do coração de um amigo pelas "janelas da alma", os olhos. Só consigo "ver" as linhas de um rosto por meio das pontas dos dedos. Possoperceber o riso, a tristeza e muitas outras emoções. Conheço meus amigos pelo que toco em seus rostos.Como deve ser mais fácil e muito mais satisfatório para você, que pode ver, perceber num instante as qualidades essenciais de outra pessoa ao observar assutilezas de sua expressão, o tremor de um músculo, a agitação das mãos. Mas será que já lhe ocorreu usar a visão para perscrutar a natureza íntima de um amigo?


Será que a maioria de vocês que enxergam não se limita a ver por alto as feições externas de uma fisionomia e se dar por satisfeita?Por exemplo, você seria capaz de descrever com precisão o rosto de cinco bons amigos? Como experiência, perguntei a alguns maridos qual a exata cor dosolhos de suas mulheres e muitos deles confessaram, encabulados, que não sabiam. Ah, tudo que eu veria se tivesse o dom da visão por apenas três dias!


O primeiro dia seria muito ocupado. Eu reuniria todos os meus amigos queridos e olharia seus rostos por muito tempo, imprimindo em minha mente as provasexteriores da beleza que existe dentro deles. Também fixaria os olhos no rosto de um bebê, para poder ter a visão da beleza ansiosa e inocente que precedea consciência individual dos conflitos que a vida apresenta. Gostaria de ver os livros que já foram lidos para mim e que me revelaram os meandros maisprofundos da vida humana.


E gostaria de olhar nos olhos fiéis e confiantes de meus cães, o pequeno scottie terrier e o vigoroso dinamarquês.À tarde daria um longo passeio pela floresta, intoxicando meus olhos com belezas da natureza. E rezaria pela glória de um pôr-do-sol colorido. Creio quenessa noite não conseguiria dormir.No dia seguinte eu me levantaria ao amanhecer para assistir ao empolgante milagre da noite se transformando em dia. Contemplaria assombrado o magníficopanorama de luz com que o Sol desperta a Terra adormecida.


Esse dia eu dedicaria a uma breve visão do mundo, passado e presente. Como gostaria de ver o desfile do progresso do homem, visitaria os museus. Ali meus olhos, veriam a história condensada da Terra -- os animais e as raças dos homens em seu ambiente natural; gigantescas carcaças de dinossauros e mastodontesque vagavam pelo planeta antes da chegada do homem, que, com sua baixa estatura e seu cérebro poderoso, dominaria o reino animal.


Minha parada seguinte seria o Museu de Artes. Conheço bem, pelas minhas mãos, os deuses e as deusas esculpidos da antiga terra do Nilo. Já senti pelo tactoas cópias dos frisos do Paternon e a beleza rítmica do ataque dos guerreiros atenienses. As feições nodosas e barbadas de Homero me são caras, pois tambémele conheceu a cegueira.Assim, nesse meu segundo dia, tentaria sondar a alma do homem por meio de sua arte.


Veria então o que conheci pelo tacto. Mais maravilhoso ainda, todo o magnífico mundo da pintura me seria apresentado. Mas eu poderia ter apenas uma impressão superficial. Dizem os pintores que, para se apreciar a arte, reale profundamente, é preciso educar o olhar. É preciso, pela experiência, avaliar o mérito das linhas, da composição, da forma e da cor. Se eu tivesse avisão, ficaria muito feliz por me entregar a um estudo tão fascinante.À noite de meu segundo dia seria passada no teatro ou no cinema.


Como gostaria de ver a figura fascinante de Hamlet ou o tempestuoso Falstaff no coloridocenário elisabetano! Não posso desfrutar da beleza do movimento rítmico senão numa esfera restricta ao toque de minhas mãos. Só posso imaginar vagamentea graça de uma bailarina, como Pavlova, embora conheça algo do prazer do ritmo, pois muitas vezes sinto o compasso da música vibrando através do piso.Imagino que o movimento cadenciado seja um dos espetáculos mais agradáveis do mundo.


Entendi algo sobre isso, deslizando os dedos pelas linhas de um mármoreesculpido; se essa graça estática pode ser tão encantadora, deve ser mesmo muito mais forte a emoção de ver a graça em movimento.Na manhã seguinte, ávida por conhecer novos deleites, novas revelações de beleza, mais uma vez receberia a aurora. Hoje, o terceiro dia, passarei no mundodo trabalho, nos ambientes dos homens que tratam do negócio da vida.


A cidade é o meu destino. Primeiro, paro numa esquina movimentada, apenas olhando para as pessoas, tentando, por sua aparência, entender algo sobre seu dia-a-dia. Vejo sorrisos efico feliz. Vejo uma séria determinação e me orgulho. Vejo o sofrimento e me compadeço.Caminhando pela 5ª Avenida, em Nova York, deixo meu olhar vagar, sem se fixar em nenhum objeto em especial, vendo apenas um caleidoscópio fervilhando decores.


Tenho certeza de que o colorido dos vestidos das mulheres movendo-se na multidão deve ser uma cena espetacular, da qual eu nunca me cansaria. Mastalvez, se pudesse enxergar, eu seria como a maioria das mulheres - interessadas demais na moda para dar atenção ao esplendor das cores em meio à massa.Da 5ª Avenida dou um giro pela cidade - vou aos bairros pobres, às fábricas, aos parques onde as crianças brincam.


Viajo pelo mundo visitando os bairros estrangeiros. E meus olhos estão sempre bem abertos tanto para as cenas de felicidade quanto para as de tristeza, de modo que eu possa descobrir como aspessoas vivem e trabalham, e compreendê-las melhor.Meu terceiro dia de visão está chegando ao fim. Talvez haja muitas atividades a que devesse dedicar as poucas horas restantes, mas aço que na noite desseúltimo dia vou voltar depressa a um teatro e ver uma peça cômica, para poder apreciar as implicações da comédia no espírito humano.


À meia-noite, uma escuridão permanente outra vez se cerraria sobre mim. Claro, nesses três curtos dias eu não teria visto tudo que queria ver. Só quandoas trevas descessem de novo é que me daria conta do quanto eu deixei de apreciar.Talvez este resumo não se adapte ao programa que você faria se soubesse que estava prestes a perder a visão. Nas sei que, se encarasse esse destino, usariaseus olhos como nunca usara antes.


Tudo quanto visse lhe pareceria novo. Seus olhos tocariam e abraçariam cada objeto que surgisse em seu campo visual.Então, finalmente, você veria de verdade, e um novo mundo de beleza se abriria para você.Eu, que sou cega, posso dar uma sugestão àqueles que vêem: usem seus olhos como se amanhã fossem perder a visão. E o mesmo se aplica aos outros sentidos.Ouça a música das vozes, o canto dos pássaros, os possantes acordes de uma orquestra, como se amanhã fossem ficar surdos. Toquem cada objeto como se amanhã perdessem o tacto. Sintam o perfume das flores, saboreiem cada bocado, como se amanhã não mais sentissem aromas nem gostos. Usem ao máximo todos os sentidos;goze de todas as facetas do prazer e da beleza que o mundo lhes revela pelos vários meios de contacto fornecidos pela natureza.

Mas, de todos os sentidos, estou certa de que a visão deve ser o mais delicioso.

Texto: Seleções Reader's Digest - Junho/2002

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Exemplo de superação marca a história da inclusão social no Brasil

Esse sou eu no setor braile da Biblioteca Pública de Santa Catarina


Patrono da educação dos cegos no Brasil, José Alves de Azevedo é uma das figuras mais importantes dos últimos anos. Escrever sobre este jovem herói é sentir na alma o mais precioso agradecimento por sua existência. Sonhador e corajoso, ele demonstrou a real capacidade das pessoas cegas em pleno século XIX, cruzou o oceano, adquiriu conhecimentos e domínio do sistema Braille e trouxe ao nosso país oportunidades até então desconhecidas para as pessoas sem visão. Sua trajetória de vida foi curta e pouco se sabe a seu respeito, mas os registros encontrados são suficientes para refletirmos sobre a cidadania das pessoas com deficiência em meio a tantos preconceitos.

Nasceu na cidade do Rio de Janeiro, no dia 8 de abril de 1834, filho de Manoel Alves de Azevedo. Apesar de todos os esforços da família no sentido de combater a cegueira do garoto, utilizando-se de todos os recursos oferecidos pela medicina da época, Azevedo foi destinado a viver sem visão. Dotado de uma inteligência extremamente aguçada, ele demonstrava suas percepções bastante avançadas na infância. Com ar de curiosidade tocava em todos os objetos em sua volta. Porém, o destino desse menino não seria condenado ao analfabetismo, condição vivida pelas pessoas cegas nesse período. Surge, então, em sua vida o renomado Dr. Maximiliano Antônio Lemos, amigo da família Azevedo e homem de boas relações políticas. Conhecedor de uma escola para cegos em Paris, na França, Maximiliano tentou durante cinco anos (1839-1844), de todas as formas convencerem a família do menino sobre o quanto seria importante enviá-lo para a Europa, a fim de buscar instruções e novos conhecimentos em uma instituição especializada.

Finalmente foi matriculado no Real Instituto dos Jovens Cegos de Paris, aos dez anos de idade. Levou em sua bagagem um espírito de jovem guerreiro, predestinado a voltar para o Brasil e oferecer aos seus compatriotas cegos à rica oportunidade de ler e escrever. Assim, abriu caminhos na educação dos cegos brasileiros.

Por seis anos, permaneceu na França e estudou na mesma escola de Louis Braille, jovem cego inventor do sistema Braille e que provavelmente teria sido um de seus professores.

Retornando ao Brasil

Preparado para o convívio social e reabilitado, José Alves de Azevedo chegou da Europa no dia 14 de dezembro de 1850, com o propósito de divulgar o sistema Braille e criar uma instituição semelhante à qual havia estudado. Nos primeiros meses no Brasil procurou palestrar sobre a importância da educação dos cegos nas comunidades e salões da Corte, em casas de família, sendo o primeiro professor cego brasileiro. Alfabetizou crianças e filhos de figuras importantes da capital imperial. Sua primeira aluna foi Adélia Sigaud, filha de Francisco Xavier Sigaud, médico da corte do imperador, a qual viabilizou os sonhos do professor. Marcada uma entrevista pelo Dr. Sigaud, Azevedo demonstrou suas habilidades ao ler e escrever em Braille. Então o imperador mencionou a memorável frase: "A cegueira não é quase uma desgraça". Nesse período, inicia-se o processo de ensino através de Adélia Sigaud, que passou a ser educadora e a primeira cega a ler e escrever no Brasil.

Com o incentivo do Imperador, José Alves de Azevedo trabalhou na projeção do Instituto Imperial dos Meninos Cegos, atual Instituto Benjamin Constant (IBC), no Rio de Janeiro. O jovem idealizador, vítima da tuberculose, faleceu no dia 17 de março de 1854, aos 20 anos, seis meses antes da fundação do Instituto.

O precursor do sistema Braille expressou seu sucesso como conhecedor da cultura nacional, pesquisando a história do País nos acervos da biblioteca nacional.

Escreveu manuscritos e desempenhou seu talento também na música. Seus ideais estiveram sempre vivos na expectativa de viabilizar a educação aos cegos brasileiros.
Sua glória manteve-se à altura de grandes empreendedores, deixando sua marca na construção de um centro educacional referência nacional até hoje, o IBC.

As pessoas cegas nas regiões interioranas do Brasil ainda enfrentam desafios no que diz respeito a sua integração na sociedade. A super proteção dos pais gera insegurança nas pessoas com deficiência, que em sua maioria acabam formando uma personalidade imatura. Este quadro está ligado diretamente com a falta de incentivo por parte do governo, o qual deveria aplicar políticas de acessibilidade no currículo das escolas e no investimento em projetos sociais. Atualmente a ONCE (Organização Nacional dos Cegos Espanhóis) é uma das maiores entidades dos movimentos de associativismo do mundo. Também é criadora de inúmeros programas e fabricante de equipamentos.

Uma de suas parcerias com o governo Espanhol destina boa parte das arrecadações da loteria federal a favor das pessoas cegas.

De acordo com o Censo demográfico de 2000, o déficit educacional destas pessoas é em média um ano menor em relação aos estudantes matriculados na rede de ensino. É preciso que as lideranças das comunidades tomem ações no sentido de apoiar e fiscalizar juntamente com as entidades competentes a inclusão dos cegos. Como cidadãos, podemos encontrar milhares Josés de Azevedo, homens e mulheres que estão aguardando uma oportunidade para demonstrar seus talentos, cada um de nós pode ser a porta para a realização de brasileiros e brasileiras que ainda vivem no esquecimento.

Cegos Desafiam os Perigos dos Esportes Radicais

Josué Leandro
Alunos da Associação Catarinense para Integração do Cego (ACIC) estão desafiando os perigos dos esportes radicais durante as aulas de Educação Física. Oprojeto iniciou no ano de 1998, quando se percebeu a necessidade de implantar atividades que fossem mais radicais, com o intuito de trabalhar a auto-estima dos alunose possibilitar a sua aprendizagem.
O programa recebeu inicialmente o nome de Atividades na Natureza. Novas parcerias foram estabelecidas. Dentre elas, destacam-se a participação do Corpode Bombeiros e o apoio de empresas que passaram a fornecer os equipamentos fundamentais para a prática dos esportes radicais.
As modalidades foram as seguintes: arvorismo, rapel, rafting, entre outras.
Irene Silveira, uma das instrutoras e organizadoras do projeto, destaca a importância que os esportes radicais exercem na vida das pessoas cegas, pois contribuempara que sejam inseridas na sociedade. De acordo com Irene, os objetivos a serem alcançados estão ligados ao relacionamento interpessoal e ao aperfeiçoamento dacoordenação motora dos alunos.
Para que todo esse trabalho seja feito, é preciso que os participantes tenham um contato com os equipamentos de segurança antes de se submeterem as atividadesdos esportes radicais.
A professora diz que o programa surgiu com as práticas do rapel na ponte de acesso à ilha, a uma altura de 25 metros. Outras provas vieram na seqüência comum grau cada vez maior em seu desafio, além do rafting e das trilhas. Irene também abordou alguns aspectos como a atenção especial dada aos idosos do grupo, semesquecer dos jovens.
Gilmar Silva Amaral, de 37 anos, diz: "sempre estive pronto para os perigos que a vida me causa, e por esta razão nunca tive medo das provas radicais doesporte".
Os coordenadores e alunos integrantes do projeto são verdadeiros competidores em um mundo dividido pelo preconceito e pela luta por uma liberdade cada vezmais real, sem ver o mundo das cores, mas sentindo os desafios de um mundo iluminado pelo esporte.